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Black Friday: Como Se Proteger da Black Fraude

Na Black Friday há quem se aproveite da intenção de compra despertada nos consumidores brasileiros para enganar e lucrar mais.

Black Friday: Como Se Proteger Contra a Black Fraude
Artigo escrito por Viva mais Verde!

A Black Friday acontece nos Estados Unidos desde 1952, na última sexta-feira do mês de Novembro. É o dia seguinte ao Dia de Ação de Graças e sempre foi considerado como o início da temporada de compras de Natal. Este dia ficou marcado pela oferta abundante de descontos em produtos que normalmente não se vê ao longo do ano.

No Brasil, a adoção da Black Friday pela rede varejista nacional teve início em 2011 e registrou, em 2016, um total de R$ 1,9 Bilhões em vendas. A previsão para 2019 é de se atingir mais de R$ 2 Bilhões em vendas. Por aqui, e seguindo a tradição americana, as redes varejistas oferecem desconto de até 90% em produtos diversos.

Porém, há quem se aproveite da intenção de compra despertada nos consumidores brasileiros pela Black Friday para lucrar.

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Black Fraude

O termo Black Fraude apareceu já no primeiro ano de adoção da Black Friday no Brasil, em 2011. Usuários descobriram que várias lojas inflaram os preços de seus produtos na semana anterior à Black Friday ou mesmo no dia do evento para dar mais volume aos descontos.

Como exemplos da tentativa de enganar o consumidor:

  • Uma batedeira anunciada de R$ 379 por R$ 299. Uma rápida pesquisa em outras lojas mostrou que o mesmo produto era vendido de R$ 279 por R$ 249.
  • Um Smart Phone anunciado de R$ 1999 por R$ 1599. Outra rápida pesquisa mostrou que o preço anterior à Black Friday era de R$ 1699.
  • Boneco da Galinha Pintadinha, anunciado de R$ 94,90 por R$ 89,90 em uma loja, enquanto na outra era anunciado de R$ 84,90 por R$ 69,90.

Apesar das denúncias por tentativa de fraude terem diminuído ao longo dos anos em que a Black Friday acontece no Brasil, ainda são vários os casos.

E como você pode se proteger da Black Fraude no momento em que estiver diante de uma boa oferta de desconto?

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Pesquisa de preços

Utilizando a tecnologia sempre ao nosso favor, o primeiro passo para se proteger de fraudes na Black Friday é pesquisar pelo histórico de preço do produto que está sendo anunciado.

Vamos supor que você deseja comprar um Smart Phone novo. Como exemplo, vamos utilizar o Motorola Moto G5, modelo XT1672.

Você descobre uma oferta da loja Americanas.com anunciando o produto com 12% de desconto:

O valor final com desconto para pagamento no boleto bancário é de R$ 729,52, ou 12%. É um bom desconto, não é mesmo?

Mas o valor que realmente importa aqui não é o valor final, mas o valor original. É sobre este valor original que é calculado o desconto, então este é o valor que precisamos confirmar para garantir que não estamos sendo enganados com a oferta do desconto.

Para isto, vamos utilizar a ferramenta de histórico de preços do site Buscapé.

Ao acessar o site Buscapé e fazer a busca pelo modelo do produto que queremos pesquisar, temos a tela com várias informações de preço e avaliações:

Black Friday

De imediato já é possível descobrir que o valor com desconto anunciado pela Americanas.com não é o menor disponível para compra. Neste exemplo, o site Submarino está com um valor consideravelmente menor!

Somente ao fazer esta busca no site Buscapé, nossa economia seria de R$ 30.

Mas por qual motivo no Submarino o valor está menor? Ao clicar no link “Ir à loja” disponível na tela do site Buscapé como no exemplo acima, descobrimos o real motivo:

Black Friday

Veja que, apesar do valor do desconto ser o mesmo, 12%, o valor sobre o qual o desconto é aplicado é menor! Enquanto que na Americanas.com o produto é anunciado com o valor original de R$ 829, no Submarino este valor original é de R$ 799. E ambos com frete grátis.

Hoje, como temos acesso praticamente incondicional à Internet em nossos celulares, fazer este tipo de pesquisa é essencial quando você for comprar qualquer produto. Independente se for período de Black Friday ou não.

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Histórico de preço

E o site Buscapé ainda oferece uma outra grande funcionalidade, o histórico de preços do produto.

Logo após a lista das ofertas disponíveis, podemos encontrar um gráfico que exibe o maior e o menor preço do produto nos últimos dias, meses e até anos:

Black Friday

E como podemos ver neste nosso exemplo, em Outubro este mesmo produto era vendido por R$ 672,41. Ou seja, o valor do produto subiu R$ 30 nas últimas semanas.

De posse dessas informações, cabe a você julgar se o preço ofertado no instante que você está fazendo sua pesquisa é um preço que você está disposto a pagar.

Ao fazer estes simples passos, você detém o conhecimento sobre o que está sendo ofertado para você e é capaz de tomar uma melhor decisão sobre como gastar seu dinheiro.

Você pode e deve aplicar esses passos sempre que for fazer alguma compra de um produto que deseja, independente se for para comprar pela Internet, no shopping ou na rua.

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Consumo consciente em 3 simples perguntas

Agora que você já sabe se o valor anunciado é realmente justo, há 3 perguntas que você deve se fazer ao decidir gastar seu dinheiro com algum produto ou serviço:

Eu quero?

Somos bombardeados com ofertas de produtos e seus descontos maravilhosos, principalmente na Black Friday e em feriados como Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia das Crianças e Natal. É papel do nosso modelo econômico provocar o consumidor a gastar seu dinheiro. Nossa economia depende disso.

Mas existe uma característica marcante deste nosso modelo que favorece o bombardeio de mensagens incentivando você a gastar mais: a busca pelo lucro.

Essa característica cria estratégias para te convencer de que você precisa comprar algo que na verdade você não tinha interesse em comprar em primeiro lugar. Ela desperta teu interesse em um produto que você nem sabia que existia ou não simplesmente não se importava.

Então a primeira pergunta que você tem que se fazer é: Eu realmente quero comprar isso? Talvez você esteja sendo convencido a ter interesse em algo que nem se importava antes.

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Eu preciso?

Se você tem a certeza que quer algo, o próximo questionamento que você tem que se fazer é: Eu realmente preciso comprar isso? Precisar de algo é muito diferente de querer algo. Muitas vezes queremos por impulso ou alguma pressão social, não por realmente precisar.

Quantas roupas, sapatos, cintos, meias, camisetas, utensílios domésticos e eletrônicos acumulamos em nossas casas sem nunca utilizar? O quanto você poderia estar economizando e investindo se você não tivesse gasto seu dinheiro com esses itens?

Se questionar se você realmente precisa de algo que quer comprar é ter a certeza que de você está investindo em algo que será efetivamente útil em sua vida. Isto é consumo consciente.

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Eu posso?

Agora que você tem certeza que você quer algo e tem certeza que este algo será útil em sua vida, é hora da pergunta mais importante do ponto de vista da educação financeira: Você realmente pode comprar isso que você quer e precisa?

Não adianta querer e precisar se você não puder. Ao se questionar se você realmente quer e se realmente precisa, você está economizando e poupando para poder gastar e investir em produtos que realmente vão ser úteis em tua vida.

É aqui que você terá a certeza de que possui dinheiro para comprar o que você quer e precisa. O importante ao se questionar se realmente pode é evitar cair em longos parcelamentos ou empréstimos que são comumente oferecidos com os produtos.

Quem oferece empréstimo não quer ser seu amigo e te ajudar a comprar. Quem oferece parcelamentos de 10 vezes não está pensando em aliviar sua fatura de cartão de crédito no final do mês. No fundo no fundo se trata de te prender a taxas de juros altíssimas em troca do teu interesse em comprar algum produto. Lucro.

Nós do Viva mais verde! somos favoráveis ao livre comércio, oferta de bons produtos e serviços e no desenvolvimento da economia. Mas falta no nosso país a conscientização sobre educação financeira, sobre como você tem que fazer seu dinheiro trabalhar por você e não você trabalhar para o dinheiro.

Mais do que Black Friday, devemos primeiramente incentivar o consumo consciente.

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