Categorias
Nosso planeta Sua casa

O lixo eletrônico

Qual foi a última vez que você trocou de celular, de computador ou de geladeira? E o que você fez com seu equipamento antigo? Está em casa guardado junto com uma pilha de outros equipamentos que você não sabe o que fazer ou jogou no lixo comum? Você realmente já se perguntou ou se preocupou com a destinação correta dos equipamentos eletrônicos sem utilidade?

Este artigo é uma colaboração de Wanessa Matos para o Viva mais verde! Você pode entrar em contato com a autora no e-mail wanmatos ARROBA yahoo.com.br ou deixando um comentário.

Qual foi a última vez que você trocou de celular, de computador ou de geladeira?  E o que você fez com seu equipamento antigo? Está em casa guardado junto com uma pilha de outros equipamentos que você não sabe o que fazer  ou jogou no lixo comum? Você realmente já se perguntou ou se preocupou com a destinação correta dos equipamentos el
etrônicos sem utilidade? Não? Pois então chegou a hora de começar.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgou, em recente relatório [1], que o lixo eletrônico cresce  a uma taxa de 40 milhões de toneladas anuais, isto em termos mundiais [2]. Além disso, o relatório prevê que até 2020 o lixo eletrônico de computadores crescerá em 400%, ante o nível de 2007, na China e África do Sul. O Brasil não fica de fora. Nosso país é campeão de produção de lixo eletrônico por habitante entre os países emergentes.

Mas afinal, o que é lixo eletrônico? Lixo eletrônico ou resíduo eletrônico são os produtos resultantes do descarte de equipamentos como TVs, celulares, computadores, impressoras e geladeiras, entre muitos outros. Estes produtos, quando descartados de forma incorreta (como em lixões ou aterros sanitários), causam um sério risco ao meio ambiente e à saúde, já que contém metais pesados altamente tóxicos como chumbo, mercúrio e cádmio. Em contato com o solo, contaminam o lençol freático; quando queimados pelos sucateiros que estão à procura de metais valiosos como cobre e ouro, emitem toxinas nocivas ao homem e ao meio ambiente. Logo, este tipo de lixo não deve, em hipótese nenhuma, ser descartado em qualquer lugar. Ele precisa de um cuidado especial.

Então o que fazer? O país ainda é carente em ações e legislação sobre o assunto.

No entanto, surge uma luz no fim do túnel. Depois de 19 anos entre discussões, modificações e rejeições, o Projeto de Lei 203/1991, a famosa Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) [3], foi aprovada na Câmara e deverá ser submetido ao Senado para, então, ser encaminhado à sanção do Presidente da República. Um grande avanço da  PNRS é a determinação da logística reversa. Trata-se, basicamente, de se fazer o caminho contrário: o produto sai das mãos do consumidor, já utilizado, de volta à empresa que o fabricou. Com isso os resíduos podem ser tratados ou reaproveitados em novos produtos na forma de novos insumos, visando a não geração de rejeitos. Ainda de acordo com a PNRS, todos os geradores de resíduos serão responsáveis, ou seja, os consumidores e fabricantes terão responsabilidades quanto a sua destinação correta.

Enquanto a legislação não acompanha as mudanças da sociedade, não podemos ficar de braços cruzados esperando a degradação do meio ambiente. O primeiro passo pode ser a doação do seu celular, computador ou eletrodoméstico a um amigo, parente ou a organizações que recebem este tipo de doação. Um exemplo é o Comitê para a Democratização da Informática (CDI) [4], que desenvolve um programa de inclusão digital para as comunidades mais carentes através de  doações de computadores que ainda estejam em funcionamento.

Outra opção, caso o seu equipamento não tenha mais utilidade, é entrar em contato com a empresa que o fabricou. Alguns fabricantes já possuem programas de logística reversa. É o caso do Programa Ciclo Sustentável Philips [5], presente em 25 cidades brasileiras. O programa coleta todos os tipos de aparelhos da marca Philips. Os produtos recebidos são encaminhados à Oxil [6], empresa parceira no programa e responsável por desmontar e oferecer o destino adequado para os componentes que não serão reaproveitados.

A Universidade de São Paulo (USP) deu início neste ano ao funcionamento de um centro de descarte e reuso de resíduos de informática [7]. Nos primeiros meses de operação, o centro vai priorizar o tratamento do lixo eletrônico da própria USP, mas depois começará a receber também o da comunidade. Os equipamentos que forem reciclados serão emprestados a instituições de inclusão digital. Esses equipamentos cumprirão uma vida útil estimada em dois anos e depois retornarão ao centro para o descarte final correto.

Existem várias formas de ser dar a correta destinação aos resíduos eletrônicos, umas mais fáceis, outras exigirão um pouco mais de esforço. De tudo isso fica a consciência de consumidores e fabricantes de assumirem a  responsabilidade sobre a destinação correta dos resíduos eletrônicos.

Referências:

[1] Relatório “Urgent Need to Prepare Developing Countries for Surge in E-Wastes”, em Inglês http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?DocumentID=612&ArticleID=6471&l=en&t=long

[2] Ambiente Brasil, “Geração de lixo eletrônico cresce a 40 mi de toneladas por ano, diz ONU” http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=52034

[3] Projeto de Lei 203/1991, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) http://www.camara.gov.br/sileg/integras/501911.pdf

[4] Comitê para a Democratização da Informática (CDI) http://www.cdi.org.br/

[5] Programa Ciclo Sustentável Philips  http://www.sustentabilidade.philips.com.br/responsabilidade-ambiental/programa-philips-ciclo-sustentavel.htm

[6] Oxil Manufatura Reversa http://www.oxil.com.br/

Para saber mais:

Conselho de Logística Reversa do Brasil: http://www.clrb.com.br/index.php

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *