Diferente de outros mamíferos, temos uma consciência atuante e o livre arbítrio. Fazemos escolhas, acertamos e, claro, erramos. A tristeza faz parte de sermos seres humanos.
Somos ensinados a viver sempre com alegria, a buscar uma vida plena de risadas, bons momentos, cercados por pessoas que nos amam, a querer ter sempre condições de realizar tudo aquilo que possa trazer um sentimento agradável e prazeiroso. Vivemos a busca pelo êxtase.
Nossa educação é baseada em fugir da tristeza. Não somos preparados para enfrentá-la. Ninguém toca no assunto “e se você se sentir sozinho…” ou “e se você não puder ter o mesmo que seus amigos…”. Crescemos com ideais de felicidade, mas sem sabedoria para os percalços que existem para chegar lá. E eles existem. Sempre.
Se conhecer é fundamental. Se amar é fundamental. Poucas são as pessoas que sabem conviver consigo mesmas. Se sentir triste é como sentir uma dor, só que na alma. A dor física é positiva pois é um alerta do corpo de que algo não está bom e precisa ser corrigido. A tristeza é um alerta da alma/mente/coração de que algo em sua vida precisa ter uma ação de resposta.
É preciso aceitar a tristeza, entendê-la, achar sua causa e tratar. Seja conceder ou pedir perdão, fazer um telefonema, abrir mão de alguma coisa, não importa. A passividade é como colocar sujeira embaixo do tapete: acumula e uma hora ou outra aparece, só que maior e mais forte.
Faça isso por você, por mais ninguém. Você é a pessoa mais importante da sua vida.
Reflita bastante se a sua tristeza precisa ser contida com remédios ou apenas com a sua força de vontade. Anti-depressivos são como analgésicos que escondem a dor, mas não tratam a responsável por ela existir. Sentir-se bem a custas de efeitos químicos não resolve o problema, apenas posterga a realidade que precisa ser enfrentada.
Não somos contra consultas com psicólogos, psiquiatras e afins, mas acreditamos muito mais no poder que existe em cada um de nós.
Claro que temos limites. Se conhecer é essencial justamente para saber até que ponto podemos enfrentar aquilo que nos aflige. Reconhecer a necessidade de ajuda é reconhecer nossas limitações. Faz parte do processo de crescermos como pessoas.
E o objetivo é justamente esse: crescer, saber enfrentar, saber que a tristeza faz parte deste processo, faz parte do equilíbrio que é a vida.
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