ThetaHealing: Crie a Realidade Que Você Deseja Viver
Artigo escrito por Ludmila do Prado
A neurociência acredita que aproximadamente 90% das nossas decisões são tomadas por nossa mente inconsciente. Sendo assim, quando racionalizamos sobre uma atitude e a executamos, na verdade estamos agindo de acordo com toda essa bagagem do inconsciente. É como se fosse uma mala que carregamos com nossas crenças, conceitos e preconceitos, mas que ficam lá guardados, sem que a gente se dê conta disso.
Então, quando nos queixamos com falta de prosperidade financeira ou quando sempre estamos às voltas com relacionamentos difíceis, por exemplo, as decisões que nos levaram a chegar nestas situações foram feitas com base nestes argumentos mentais escondidos.
A famosa figura de um iceberg ilustra bem como funciona: a pequena ponta fora da água é o consciente e a maior parte que está submersa representa o inconsciente.
Mas se na verdade eu mesmo não sei que tenho crenças que me dificultam a vida, como posso mudá-las? Aí, chegamos nesta letrinha grega: ? (theta). Chegamos também nas técnicas que se utilizam das ondas theta para acessar e limpar esse conteúdo que não está ajudando.
O alfabeto grego
O fato é que há algumas letras do alfabeto grego dentro da cabeça de cada um de nós. Alfa, beta, gama, delta e a theta. Elas nomeiam ondas cerebrais. No caso das ondas thetas, nós as atingimos quando alcançamos o estado mais profundo do sono, também conhecido como REM (movimento rápido dos olhos, traduzindo esta sigla do inglês).
Neste estágio, aquilo que está guardado no inconsciente vem à tona na forma de sonhos. O que o thetahealing faz é usar ferramentas para colocar as pessoas em estado theta, porém estando acordadas. O objetivo é acessar esses bloqueios, limpá-los e substituí-los por novas crenças.
Como resultado das novas crenças, temos novos pensamentos que geram novas atitudes e é aí que a nova realidade que buscamos se manifesta.
É uma terapia para, literalmente, fazer sonhar acordado. O princípio é que podemos realizar tudo aquilo que conseguimos imaginar. Ter uma mente livre de bloqueios nos viabiliza imaginar uma realidade bem melhor do que sobrecarregada por eles.
Curioso pensar que até pouco tempo, quando alguém não entendia o que estávamos falando, perguntávamos: “estou falando grego?” E justamente aquilo que era sinônimo de incompreensão, está se tornando um caminho para a autocompreensão e clareza.
Traduzindo o grego
O cérebro é a estrutura humana mais complexa que possuímos. De maneira simples, podemos dizer que os neurônios se comunicam entre si pelas sinapses, que são impulsos elétricos. Essas atividades cerebrais formam as ondas cerebrais, medidas em frequências.
Os cinco tipos de frequências de ondas têm uma influência direta em nosso estado de espírito. Quanto mais elevada a frequência, menor nossa capacidade mental. Para se ter uma ideia, o stress aumenta em até 60 ciclos a frequência, o que pode provocar problemas físicos.
Por outro lado, quanto mais baixa a frequência, maior a capacidade mental. As ondas mais benéficas para o ser humano, falando em termos físicos, emocionais e até espirituais, são as de ciclos mais baixos.
- Beta: as ondas betas são registradas em nosso estado de vigília. Quando estamos atentos e concentrados em algum trabalho.
- Alfa: estado alfa é o estado da meditação e do relaxamento profundo. É a ponte que liga o estado de vigília consciente ao inconsciente.
- Gama: ondas de atividade mental superior, o estado mental para resolução de problemas.
- Theta: profundo relaxamento, acesso ao inconsciente.
- Delta: a onda de menor frequência de todas, é o estado totalmente inconsciente.
O que esperar do Thetahealing
O Thetahealing foi criado por uma professora norte-americana chamada Vianna Stibal.
Há pouco mais de 20 anos, ao ser diagnosticada com câncer (um tumor que estava afetando o fêmur de sua perna direita) ela passou a meditar sobre os motivos de estar doente, uma vez que nosso estado natural é ser saudável. O que a enfermidade queria lhe dizer? Poderia ser curada ao entender esse ensinamento?
Refletindo sobre essas questões e praticando meditação ela chegou ao estado intuitivo em que atingiu as ondas theta. Nesse momento, entendeu que o sistema de crenças é que leva as pessoas a manifestarem doenças e outros tipos de problemas em suas vidas.
Anos mais tarde foi diagnosticada com insuficiência cardíaca e encontrou a cura utilizando em si mesma as mesmas técnicas que ela criou e que veio a ser o thetahealing.
A partir de então, passou a trabalhar para eliminar esse sistema prejudicial de crenças e hoje dá cursos em vários lugares do mundo.
A terapia aplicada no thetahealing consegue atacar desde uma ferida emocional provocada por um relacionamento, até a dificuldade em fazer amizades. Mesmo aquelas sensações profundas, como a de não se sentir merecendo o sucesso, são trabalhadas no Thetahealing.
Não há como “filtrar” as respostas para o terapeuta porque o trabalho é feito no subconsciente.
No YouTube há diversos vídeos que propõem sons para ajudar a alcançar este estado, mas o mais indicado é ser induzido a ele por um terapeuta.
A primeira vez que escutei falar de Thetahealing foi quando uma amiga me disse que estava fazendo o tratamento. Na verdade, eu notei que, de uma hora para outra, ela tinha deixado de desejar sair do emprego e até parecia super disposta a continuar no trabalho.
O processo conta com perguntas e um processo de relaxamento, mas cada pessoa funciona melhor com um tipo de estímulo. Basta estar receptivo e permitir a mudança.
O resultado aparece a partir da permissão que você se dá para mudar. Há pessoas que se queixam de tudo na vida, mas que de alguma forma se acostumaram a viver desta maneira mesmo não gostando. É preciso querer realmente uma realidade diferente para o processo poder iniciar e funcionar.
Quando acontece isso, a única ação possível para quem está aplicando o Thetahealing é induzir ao relaxamento mais favorável para que a pessoa atinja a percepção do amor a si própria, enquanto recebe também essa mesma frequência de sentimento de amor.
Independentemente de quanto tempo se leva para limpar esses bloqueios e iniciar uma nova trajetória de vida, é preciso continuar nos amando. Temos que nos amar enquanto evoluímos, ainda que em alguns momentos percebemos que estamos dando dois passos para a frente e três para trás. O aprendizado faz parte do processo.
Já que temos que vencer a nós mesmos, pois somos nossos maiores inimigos, fazer as pazes com a mente inconsciente me parece ser um excelente começo.
Artigo escrito para o Viva mais verde por Ludmila do Prado, jornalista, especialista em comunicação e permacultora. Você tem desejo de contribuir para o Viva mais verde? Saiba mais aqui.